Os Reflexos da Operação Greenfield

20 . setembro . 2016
Blog Previdência

Os Reflexos da Operação Greenfield

Desde o início da Operação Lava-Jato, sabe-se do envolvimento de alguns fundos de pensão num grande esquema de corrupção e lavagem de dinheiro. Como se o assunto não fosse grave o bastante, milhares de participantes e assistidos começam a sentir os efeitos do escândalo e deverão participar financeiramente na cobertura dos déficits gerados pela má administração das 4 maiores Entidades Fechadas de Previdência Complementar do Brasil. O que podemos aprender com isso?

A Previdência Complementar é uma ferramenta importante para a economia do país, não só por permitir a complementação de aposentadoria de milhares de trabalhadores, mas também por contribuir com a formação de poupança de longo prazo e, com isso, viabilizar a realização de diversos projetos também de longo prazo, por meio dos investimentos realizados pelos seguradoras e fundos de pensão.

Exatamente por essa razão, a gestão dos recursos confiados às entidades deve ser feita com muita responsabilidade, por quem detém expertise para fazê-lo. E não à toa, os órgãos de supervisão (SUSEP e PREVIC) têm empreendido grandes esforços na última década para aprimorar a governança das entidades e a qualificação dos administradores.

O que se viu na deflagração da Operação Greenfield foi assustador e ainda provocará arrepios, conforme as investigações se desenrolem. Embora se estime que os prejuízos imediatos sejam de R$ 8 bilhões, os reflexos no longo prazo provavelmente serão ainda maiores.

Os reflexos vão além dos participantes e assistidos dos fundos de pensão envolvidos. A depender da forma como este processo for conduzido até seu final, o Regime Complementar de Previdência pode ser seriamente atingido, especialmente no que diz respeito às Entidades Fechadas, o que não é nada bom para um mercado estagnado já há algum tempo.

Espera-se seja dada uma resposta à altura. Além da celeridade e efetividade das investigações, com a punição dos envolvidos na esfera criminal e administrativa, a PREVIC deverá ser atuante e enérgica para garantir que essas práticas sejam coibidas e os fundos de pensão, com seus participantes e assistidos, sejam continuamente protegidos e adequadamente ressarcidos. Num momento de discussões sobre reforma da previdência e do contínuo aumento da expectativa de vida, a confiabilidade do sistema depende disto.


 


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